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Foto do escritorRui Ferreira

O início de uma aventura literária (12 meses depois)


Há precisamente um ano atrás (10 de Agosto de 2020), tornava pública a obra que acabava de editar, “A vida numa cicatriz”, publicada sob a chancela da editora Cordel D` Prata.

Foi um momento agridoce, de sensações cruzadas. Se por um lado a felicidade se impunha naturalmente, por outro crescia um temor que me atormentava desde o início desta aventura.

Desde o envio para as editoras ao recebimento do veredicto destas, felizmente positivo de entre as que me responderam, ao processo de escolha da editora certa, à publicação, tudo foi difícil de aceitar, até porque implicava abdicar da minha privacidade e tornar pública uma parte de mim que escondia havia anos.

Foi pois, um processo difícil, conturbado, intimamente tumultuoso, repleto de hesitações, de avanços e recuos, só tornado público quando a Cordel D` Prata a anunciou publicamente como nomeada nas Categorias Escolha do Leitor 2020 e Romance 2020. Senti nesse momento um nó no estomago e um aperto no coração, porque percebi que não conseguia manter o segredo por mais tempo.

Segredo esse que durava há mais de 4 anos, pois era esse o tempo que já havia decorrido desde que tinha terminado de a escrever e carinhosamente a tinha guardado numa pasta oculta do meu computador pessoal.


Olhando para trás, senti que cometi erros de principiante, que seguramente não cometeria se este fosse um segundo ou terceiro livro, pois a experiência assim dita.

Não teria deixado de prestar toda a atenção à correcção proposta. Não teria lido “na oblíqua” o texto final, tê-lo-ia lido exaustivamente, teria proposto novas correcções e teria eliminado algumas imprecisões e gralhas que permaneceram.

A minha “resistência” a todo o processo de publicação, sempre em contradição comigo mesmo, digladiando-se o consciente e o subconsciente num clima de guerrilha interior que me consumia dia após dia, forçou-me a cometer erros que apenas a mim podem ser atribuídos e que inevitavelmente se reflectiam na qualidade da obra apresentada. Daí que o momento do anúncio público, foi igualmente um momento de libertação, mas que novamente trouxe um novo e inédito desafio, o de enfrentar os leitores e lidar com as suas críticas. Paralelamente acontecia um desafio maior, o de estar nomeada para a atribuição de prémios e logo na primeira obra escrita.


Procurei informação acerca dos meus oponentes na categoria Romance 2020 e fiquei aterrado. Senti-me a lebre que corre velozmente no início do percurso apenas com o intuito de proporcionar aos restantes uma corrida ao mais alto nível para se coroarem de glória no final.

O Diogo Simões tinha vencido no ano anterior, na categoria Suspense, com a obra “Esquecido”. A Ana Salgueiro tem uma legião de leitores a segui-la nas redes sociais e a Lauren Lewis surgia com um segundo livro escrito. Tudo se alinhava para que de entre estes três, saísse o vencedor.

Confesso que me senti derrotado pelo peso da informação obtida, mas levantei a cabeça e enfrentei o desafio com determinação. Só via uma solução para um, altamente improvável, final feliz. Convencer os meus amigos a participar ativamente na votação e esperar pelos resultados finais.

E esse é um novo capítulo desta aventura literária.

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